A tecnologia russa Kaspersky, conhecida por seus poderosos antivírus, pode estar com os dias contados nos EUA. A administração Biden anunciou planos para proibir a venda de seus produtos no país, citando preocupações de espionagem por parte da Rússia.
3 Principais Destaques:
- Os EUA temem que a Rússia utilize o acesso privilegiado do antivírus Kaspersky aos sistemas operacionais para espionar americanos.
- A proibição da Kaspersky deve entrar em vigor em 29 de setembro de 2024, com prazo de 100 dias para transição.
- A Kaspersky nega representar ameaça e promete batalha judicial para permanecer nos EUA.
Desde 2017, o governo americano vem apontando o dedo para a Kaspersky sob suspeita de facilitar o vazamento de dados confidenciais. A empresa, sediada em Moscou, sempre negou as acusações, mas o clima de tensão geopolítica com a Rússia pesou contra ela.
Eu entendo as preocupações por trás dessa decisão. Antivírus têm acesso profundo aos sistemas, então dá para imaginar como um software russo poderia ser usado para espionagem cibernética. Mas também vejo o outro lado: a Kaspersky sempre se defendeu veementemente dessas acusações e tem uma longa trajetória protegendo usuários ao redor do mundo.
O grande banimento
De acordo com Gina Raimondo, secretária de Comércio dos EUA, “a Rússia mostrou que tem capacidade e intenção de explorar companhias russas como a Kaspersky para coletar e transformar em armas as informações pessoais de americanos“. Por isso, eles se sentem “compelidos a tomar essa ação”.
A proibição deve ser anunciada oficialmente nesta quinta-feira (27). A partir de então, novos negócios da Kaspersky nos EUA estarão bloqueados em 30 dias. Já empresas e indivíduos que usam suas soluções terão um período de graça de 100 dias para migrar para alternativas, pois as atualizações também serão barradas.
Batalha nos tribunais
Do seu lado, a Kaspersky promete não baixar a cabeça. Em comunicado, a empresa atribui o banimento ao “clima geopolítico atual e a preocupações teóricas, em vez de uma avaliação abrangente da integridade dos produtos”. E avisa que buscará os meios judiciais para manter suas operações nos EUA.
É uma situação espinhosa. Sou usuário da Kaspersky há anos e sempre me atendeu muito bem em termos de segurança. Mas não posso ignorar os riscos mencionados pelos EUA, ainda mais vindo de uma empresa russa durante esse tenso momento geopolítico.
Conclusão
No fim das contas, cabe a cada usuário avaliar os prós e contras e tomar sua decisão. Como ainda não há provas concretas contra a Kaspersky, pelo menos por enquanto vou continuar utilizando seus serviços e aguardar os desdobramentos dessa novela nos tribunais.