Quando Tião tenta negociar e explicar o acordo que têm com Sandra, a filha de Egídio, Marçal se recusa a ouvi-lo. “Nóis têmo um trato mais ela… De meiá essas terra que tarra tudo abandonada”, diz Tião, em sua humilde tentativa de resolver a situação pacificamente. Mas Marçal não está interessado em diálogo: “E você qué que eu acredite nisso?”.
Diante da recusa de Marçal, Tião e seus colegas se negam a sair, desafiando a violência que se aproxima. “Nóis num vâmo saí daqui, mas nem debâxo de bala!“, declara Tião, mostrando sua determinação em permanecer naquela terra que ele e seus amigos trabalharam tanto para cultivar.
O que se segue é uma cena de puro terror, com Marçal e seus capangas avançando com violência sobre os trabalhadores indefesos. Tião assiste, impotente, enquanto Marçal destrói tudo o que eles plantaram com tanto esforço. “Como é que vai sê: vocês vão se picá por bem ou vai ter que ser por mal?”, grita o brutamontes, deixando claro que a violência é sua única alternativa.
Mesmo diante dessa aterrorizante situação, Tião não se deixa abater. Quando Marçal o coloca sob a mira de sua arma, exigindo que ele se renda, Tião responde com determinação: “Num vô… Essa terra aqui pode num sê nossa… Mas o suor que derramâmo sobre elas é!“. Sua coragem e convicção surpreendem a todos, inclusive seus próprios colegas, que o chamam para partir.
Apesar de ter sido brutalmente expulso, Tião não desiste. Ele promete voltar, declarando: “Nóis vai… Mas nóis vâmo voltá“. Sua resiliência e desejo de lutar pelos seus direitos deixam claro que essa batalha está longe de terminar.
A história de Tião é uma poderosa alegoria da luta dos trabalhadores brasileiros por justiça e dignidade. Sua coragem e determinação em defender o que é seu, mesmo diante da violência extrema, inspiram a todos nós a não desistir e a lutar pelos nossos ideais. Tião nos lembra que, por mais difíceis que sejam os obstáculos, a força de vontade e a perseverança podem nos levar a vitórias inesperadas.