O centro de São Paulo esconde um mundo sombrio além do tráfico de drogas. De acordo com as investigações do Ministério Público de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) domina um “ecossistema de crimes” na região, expandindo seus tentáculos para além do comércio de entorpecentes. O PCC controla desde hotéis e prostíbulos clandestinos até ferros-velhos e a venda ilegal de armas. Essa rede intrincada de atividades ilícitas revela a complexidade dos desafios enfrentados pelo Estado brasileiro na região.
O Domínio do PCC no Centro de São Paulo
A atuação do PCC no centro de São Paulo vai muito além do tráfico de drogas. A facção criminosa expandiu seus negócios para uma ampla gama de atividades ilícitas, como a exploração de casas de prostituição clandestinas, a lavagem de dinheiro em pequenos hotéis e o comércio ilegal de peças de veículos e celulares. Esse “ecossistema de crimes” é tão complexo que as autoridades o descrevem como uma das questões mais desafiadoras enfrentadas pelo Estado brasileiro na região.
A Fortaleza da Favela do Moinho
O PCC encontrou um refúgio estratégico na Favela do Moinho, localizada sob o viaduto Engenheiro Orlando Murgel. Essa pequena comunidade servia como esconderijo para os traficantes, depósito de drogas e até mesmo como um tribunal do crime, onde a facção punia seus detratores. Foi dessa base que Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Leo do Moinho”, comandava o tráfico de drogas na Cracolândia.
Hotéis, Prostíbulos e Lavagem de Dinheiro
Além da Favela do Moinho, o PCC também se infiltrou em outros setores da economia informal do centro de São Paulo. Pequenos hotéis e hospedarias eram usados para lavar o dinheiro obtido com atividades ilícitas, além de servirem como esconderijos para drogas e mercadorias roubadas. Mas a facção também lucrava com a exploração sexual na região, controlando pelo menos dois edifícios conhecidos como “prédios do sexo”, onde mulheres dependentes químicas eram submetidas a situações degradantes.
Ferros-Velhos e a Venda Ilegal de Armas
O domínio do PCC no centro de São Paulo não parou por aí. Os ferros-velhos da região também foram cooptados pela facção, que os utilizava para receber objetos roubados e furtados, em especial fios de cobre. Nesses locais, os dependentes químicos eram explorados, trabalhando em condições análogas à escravidão. Mas o PCC também se envolveu no comércio ilegal de armas, com a atuação de um ex-guarda civil metropolitano que fornecia desde armas curtas e longas até fuzis de assalto.
Conclusão
O “ecossistema de crimes” do PCC no centro de São Paulo é um fenômeno complexo e multifacetado, muito além do simples tráfico de drogas. A facção criminosa conseguiu se infiltrar e dominar diversos setores da economia informal da região, lavando dinheiro, explorando sexualmente dependentes químicos e até mesmo comercializando armas ilegalmente. Esse cenário revela a magnitude dos desafios enfrentados pelo Estado brasileiro na tentativa de combater o crime organizado e garantir a segurança da população. É uma batalha que exige uma abordagem abrangente e integrada, envolvendo diferentes órgãos e estratégias de intervenção.