O Hospital Universitário de Brasília (HUB) está enfrentando uma grave escassez de anestesistas, o que está resultando no cancelamento de dezenas de cirurgias a cada mês. Essa situação preocupante afeta diretamente a capacidade do hospital de atender às necessidades de saúde da população.
Desafios do HUB com a falta de anestesistas
O HUB conta atualmente com apenas 29 anestesistas em seu quadro de profissionais, quando na verdade precisaria de pelo menos 47 para conseguir atender à demanda do hospital. Essa diferença significativa de 18 anestesistas a menos do necessário resulta no cancelamento de 59 cirurgias somente no mês de julho.
Esse déficit de anestesistas é um problema antigo na instituição, segundo relatos de funcionários ouvidos pela reportagem. Eles explicam que muitas vezes não há anestesistas escalados nem mesmo para os plantões, o que impede a realização de cirurgias de urgência. Essa situação se arrasta há pelo menos 2 ou 3 anos, com a direção do hospital e a Ebserh (empresa que o gere) cientes do problema.
Impacto nos pacientes
A falta de anestesistas no HUB acaba prejudicando diretamente os pacientes que precisam de cirurgias. Procedimentos eletivos são constantemente suspensos, deixando os pacientes na fila de espera ainda mais tempo. Isso é especialmente grave porque o HUB é uma das poucas instituições no Distrito Federal que oferecem serviços mais complexos, como cirurgias oncológicas e procedimentos hemodinâmicos, que demandam sedação.
Como explica um funcionário ouvido pela reportagem, “a falta de anestesia no hospital como o HUB, que tem um alto nível de complexidade cirúrgicas, ocasiona suspensões semanais de cirurgias eletivas dos pacientes, que estão na fila aguardando procedimentos”. Essa situação é extremamente frustrante e preocupante para os pacientes que dependem desses serviços essenciais.
Esforços para solucionar o problema
A Ebserh, empresa responsável pela gestão do HUB, reconhece o problema e afirma que “tem se empenhado para ampliar a oferta com a contratação de mais profissionais”. No entanto, eles admitem que enfrentam “desafios na retenção de anestesistas, que é um problema enfrentado em todo o país”.
Enquanto isso, os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Distrito Federal podem entrar em greve nos próximos dias, reivindicando a revisão do plano de carreira, cargos e salários (PCCS). Segundo o Sindicato dos Médicos do DF, essa medida é necessária para “a carreira médica no serviço público voltar a ser atraente” e melhorar as condições de trabalho.
Conclusão
A situação do HUB é realmente preocupante e reflete um problema mais amplo enfrentado pelo sistema de saúde público no Brasil. É fundamental que as autoridades competentes tomem medidas urgentes para resolver o déficit de anestesistas e garantir que os pacientes tenham acesso aos serviços médicos de que precisam. Caso contrário, o impacto na saúde da população pode ser devastador.