Quando se trata de segurança e comunicação no governo, nada pode ser deixado ao acaso. O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, deixou claro que a ideia de criar um “WhatsApp nacional” é apenas um “factoide” e não algo que a agência esteja realmente considerando. Em vez disso, Cappelli defende a adoção de ferramentas de comunicação mais robustas e seguras, desenvolvidas especificamente para uso corporativo e governamental.
Principais pontos de destaque:
– A ABDI não planeja desenvolver um aplicativo de comunicação do zero, mas sim contratar uma solução de uma empresa nacional já reconhecida no mercado.
– Cappelli argumenta que altos cargos governamentais deveriam usar tecnologias mais seguras do que o WhatsApp, que é uma plataforma privada com termos de uso genéricos.
– Ele cita a possibilidade de a Meta (dona do WhatsApp) cruzar informações das conversas com outras plataformas, como Instagram e Facebook, para exibir publicidade direcionada.
Segurança acima de tudo
Cappelli deixa claro que “ninguém quer banir nada”, mas acredita que líderes de países sérios não deveriam comunicar informações sensíveis através de um aplicativo de terceiros. Ele defende a adoção de ferramentas desenvolvidas especificamente para uso corporativo, como a solução “Una” da empresa Dígitro, que já atende diversos órgãos públicos.
“Quanto mais segurança, melhor, pois estamos falando de uma comunicação institucional“, afirma o presidente da ABDI. Ele acredita que todos os Poderes, desde a Presidência até as Forças Armadas e o Banco Central, deveriam adotar tecnologias similares para suas comunicações.
Nada de “Brazap”
Contrariando o que foi inicialmente entendido, Cappelli descarta a possibilidade de usar dinheiro público para criar um aplicativo de comunicação do zero, o chamado “Brazap”. Segundo ele, a ideia é contratar a solução de uma empresa nacional já reconhecida nesse mercado, como a Dígitro.
A Dígitro oferece uma “solução avançada de comunicação unificada e segura” chamada Una, que conta com ambiente criptografado, funcionalidades como Siga-me e Não Perturbe, além da possibilidade de videoconferências. A empresa já atende diversos clientes, incluindo a Polícia Civil do Espírito Santo e o Exército.
Ferramentas já existentes
Embora não tenha precisado quais ferramentas são utilizadas, a Presidência da República informou que seus servidores têm acesso ao Microsoft Teams e ao Zoom. Cappelli também lembra que o Brasil já conta com a infraestrutura da ICP-Brasil (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) para soluções criptográficas.
A ideia de criar um “WhatsApp nacional” pode até parecer atraente, mas Cappelli deixa claro que a ABDI está focada em soluções mais robustas e seguras para a comunicação governamental. Afinal, quando se trata de informações sensíveis, não há espaço para improvisações ou meias-soluções.
Conclusão
Em tempos em que a segurança da informação é cada vez mais crucial, principalmente no âmbito governamental, a posição da ABDI de buscar soluções de comunicação mais robustas e confiáveis é uma abordagem sensata e responsável. Ao rejeitar a ideia de um “WhatsApp nacional”, Cappelli demonstra preocupação com a proteção de dados e informações estratégicas, algo que deveria ser prioridade para todos os órgãos públicos. Afinal, a segurança da comunicação institucional é fundamental para a integridade e a soberania do país.