Não há nada que possa descrever o horror e a angústia que uma mulher enfrenta quando é vítima de abuso sexual, especialmente dentro de seu próprio lar. Infelizmente, essa é a triste realidade de muitas brasileiras que vivem em casamentos abusivos e são vítimas de estupro conjugal. E quando essa realidade é exposta em um programa de TV, como o “Casamento às Cegas” da Netflix, a indignação só aumenta.
## Denúncia Chocante no “Casamento às Cegas”
### A Cena Perturbadora
No episódio “Reencontro” do reality show, a participante Ingrid Santa Rita acusa seu ex-marido Leandro Marçal de abuso sexual, narrando o pavor que passou com relações e toques não consentidos dentro da própria casa. Essa cena, com um tom constrangedor e quase de ficção, na verdade reflete uma triste realidade enfrentada por muitas mulheres em seus lares.
### A Postura da Netflix
O que deixa ainda mais assustador é a postura da Netflix diante do ocorrido. Ao invés de se posicionar de forma firme e condenar veementemente qualquer tipo de violência, a plataforma parece ter se omitido, deixando que os próprios participantes comentassem o assunto de forma superficial e pouco engajada.
### A Exposição Prejudicial de Vítimas
Essa situação levanta uma questão importante: até que ponto a exposição de mulheres vítimas de abuso em programas de TV é prejudicial? Afinal, esses formatos acabam por colocar as vítimas em contato direto com seus agressores, sem oferecer o devido suporte de segurança e apoio psicológico necessário.
## A Responsabilidade da Mídia
### Proteger as Vítimas
As gigantes do streaming, como a Netflix, têm a responsabilidade de proteger as mulheres que contribuem para o sucesso de seus programas. Afinal, são elas que ajudam a impulsionar a audiência e os lucros desses empreendimentos. Portanto, ignorar a violência e não oferecer o devido amparo é, no mínimo, conivente com essa problemática.
### Evitar a Banalização
Ao tratar de forma superficial ou até mesmo banalizar casos de abuso sexual, a mídia acaba por reforçar a cultura de violência contra a mulher. É preciso que haja um posicionamento claro e firme, condenando veementemente qualquer tipo de agressão e garantindo que as vítimas sejam acolhidas e amparadas.
## Conclusão
O caso exposto no “Casamento às Cegas” é apenas mais uma demonstração de que a luta contra a violência de gênero ainda precisa avançar muito. As plataformas de streaming, os reality shows e toda a mídia têm um papel fundamental nessa jornada, pois é através deles que a sociedade consome e assimila conteúdo. Precisamos de uma mudança de paradigma, que coloque a proteção e o bem-estar das mulheres em primeiro lugar, acima de qualquer interesse comercial ou de audiência.