A novela “Mania de Você”, escrita por João Emanuel Carneiro, tem se tornado um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, especialmente após o seu lançamento ter sido marcado por polêmicas e reações diversas. Nos últimos meses, muitos telespectadores têm expressado sua insatisfação com os protagonistas Viola (Gabz) e Rudá (Nicolas Prattes). A pressão crescente devido à baixa audiência traz à tona uma questão delicada para a produção: a possibilidade de realizar mudanças radicais na trama, como a eliminação de personagens que já não comovem mais o público.
Desde seu início, “Mania de Você” enfrentou **cortes significativos de cenas** e uma mudança no tom da narrativa que gerou repulsa entre os fãs. O desafio de criar protagonistas admirados se tornou, para o autor, uma verdadeira batalha. Viola e Rudá, por muito tempo esperados como os “heróis da história”, têm demonstrado características que não apenas os distanciam do ideal de heroísmo, mas também **rejeição por parte do público**. Isso ocorre, em parte, devido à maneira como eles foram escritos e aos conflitos que vivenciam.
Com a lembrança de outras novelas em que mudanças drásticas foram necessárias para salvar a trama, como o exemplo clássico de Janete Clair em “Anastácia, a Mulher sem Destino”, torna-se evidente que a **criação de personagens que conectem emocionalmente com o público** é essencial. Nas tramas mais complexas, personagens que erram ou enfrentam dificuldades encontram a empatia do público quando apresentam um arco de redenção ou, pelo menos, comportamentos que possam ser admirados.
O dilema atual de Carneiro é também um aviso para outros roteiristas: **há limites para a insistência**. A autora Gloria Perez, por exemplo, também lidou com críticas durante sua novela “Travessia”, mas optou por manter a essência de sua protagonista, o que, aparentemente, trouxe resultados mais toleráveis do que os que estão sendo vistos em “Mania de Você”. As comparações são inevitáveis e levantam a questão: é mais inteligente arriscar uma ruptura total na narrativa ou tentar consertar o que já está em andamento?
Com a trama a caminho de seu 100º capítulo, a previsão é de que alguns personagens passem por acontecimentos drásticos: Viola, que enfrenta uma queda brutal após a ascensão de Luma (Agatha Moreira), e Rudá, que se tornará prisioneiro de suas próprias escolhas. Contudo, muitos se perguntam se essa abordagem será suficiente para **mudar a percepção do público**. O fato é que a identificação com os protagonistas é fundamental. Viola e Rudá, aos olhos da audiência, não representam mais o que é admirável ou inspirador. E isso gera uma sensação de frustração.
Por mais que Carneiro tenha a oportunidade de redirecionar a narrativa, a solução de eliminar dois personagens tão centrais pode parecer uma escolha arriscada, mas, para alguns, **pode ser a única opção viável**. Criar novos arcos narrativos com outros personagens, ou até revitalizar antigos como Mavi (Chay Suede), pode ser o caminho. Ouvindo a torcida, é indicado que um “reset” na história poderia soar como uma lufada de ar fresco.
Com previsão de encerramento para março de 2024, a pressão sobre a equipe de criação só aumentará. Os telespectadores querem ser cativados, e uma mudança repentina pode muito bem ser a receita para reavivar o interesse. Deve-se considerar como as nuances dessas histórias e a conexão emocional sobrepõem-se sobre os erros passados e abrem janelas para novos acontecimentos que são esperançosos e instigantes.
Por fim, a conclusão é que, para **”Mania de Você”** alcançar uma nova fase de sua narrativa, escolhas difíceis devem ser feitas. A insistência em manter personagens não amados pode esvaziar as expectativas e mesmo a audiência. Nesse caso, talvez a solução melhor mesmo seja aceitar que, às vezes, é preciso “enterrar” o passado para abraçar um futuro promissor.