Quando uma falha tecnológica abala gigantes da indústria, a disputa sobre quem é o responsável se torna um verdadeiro ringue. É exatamente o que aconteceu entre a Microsoft e a Delta Air Lines após o famoso “apagão cibernético” que custou mais de US$ 500 milhões à companhia aérea. Quem será o culpado por esse prejuízo astronômico?
Acusações e Rebatidas
O CEO da Delta, Ed Bastian, não poupou críticas à Microsoft, chamando-a de “provavelmente a plataforma mais frágil” e até a comparando a uma rival. Segundo Bastian, o problema gerou o cancelamento de mais de 5 mil voos na sexta-feira em que o incidente foi registrado. Claramente frustrado, ele questionou: “Quando foi a última vez que você ouviu de uma grande instabilidade na Apple?”.
Mas a Microsoft não ficou calada diante dessas acusações. Em uma carta assinada por seu advogado, Mark Cheffo, a empresa refutou veementemente os comentários do executivo da Delta, classificando-os como “incompletos, falsos, enganatórios e danosos”. De acordo com a Microsoft, ela não foi a responsável pelo apagão, mas mesmo assim se prontificou a encontrar soluções, uma vez que a falha envolvia a plataforma Azure. No entanto, a Delta teria recusado a ajuda, mesmo sendo oferecida gratuitamente para restabelecer os sistemas mais rapidamente.
Culpa Compartilhada?
Embora a Microsoft tenha se defendido, a empresa não isenta totalmente a Delta de responsabilidade. O advogado da Microsoft sugere que nem todos os sistemas da companhia aérea eram dependentes da empresa e que boa parte do tempo foi gasta tentando restaurar os serviços de outras companhias, como a IBM. Além disso, a Microsoft indica que a Delta “aparentemente não modernizou a sua infraestrutura de TI” e, por isso, foi mais impactada que outras companhias aéreas que também tiveram voos cancelados.
Já a CrowdStrike, empresa de cibersegurança cujo software gerou a incompatibilidade que causou o apagão, também se posicionou, afirmando que ofereceu ajuda à Delta sem sucesso. Até o momento, a Delta não respondeu oficialmente à carta da Microsoft, deixando a conta a pagar e a responsabilidade cada vez mais nebulosa.
Conclusão
Nessa disputa, parece que a culpa não é totalmente de uma das partes. Enquanto a Microsoft afirma ter se prontificado a ajudar, a Delta recusou a assistência, o que pode ter agravado o problema. Por outro lado, a própria Delta pode não ter mantido sua infraestrutura de TI atualizada, tornando-a mais vulnerável ao incidente. No final, essa acusação mútua só atrasa a resolução do problema e aumenta os prejuízos para todas as empresas envolvidas. Será que algum dia saberemos realmente quem teve a maior parcela de culpa nesse “apagão” bilionário?
Key Takeaways:
- A Microsoft e a Delta Air Lines entraram em uma acirrada disputa sobre quem deve ser responsabilizado pelos prejuízos de mais de US$ 500 milhões causados pelo “apagão cibernético”. Ambas as empresas trocam acusações, com a Delta criticando a Microsoft e a Microsoft defendendo-se das críticas.
- A Microsoft alega que ofereceu ajuda à Delta para restabelecer os sistemas mais rapidamente, mas a companhia aérea teria recusado a assistência. Por outro lado, a Delta sugere que a Microsoft é “provavelmente a plataforma mais frágil” e a compara desfavoravelmente a rivais como a Apple.
- Embora a Microsoft negue a culpa, a empresa aponta que a Delta “aparentemente não modernizou a sua infraestrutura de TI”, o que pode ter tornado a companhia aérea mais vulnerável ao incidente. Ainda assim, a responsabilidade final permanece nebulosa.