Não há mais dúvidas: o trabalho remoto está de saída em muitas empresas de tecnologia. A startup Nothing, criadora dos populares smartphones transparentes, é o último exemplo desse movimento de retorno ao escritório. Com ambições de se tornar uma “companhia que defina uma geração”, a empresa britânica decidiu que seus 450 funcionários devem deixar o home office e trabalhar presencialmente cinco dias por semana.
Motivos da Decisão
Carl Pei, CEO e fundador da Nothing, deixou claro que o trabalho remoto não combina com as aspirações da empresa. Segundo ele, a logística do desenvolvimento de smartphones exige colaboração entre os times de design, engenharia e fabricação, algo que fica prejudicado no modelo remoto. Além disso, Pei acredita que a criatividade e a inovação funcionam melhor quando as pessoas estão fisicamente juntas, permitindo fazer mais com menos.
Outro ponto importante é que as ambições da Nothing, de se tornar uma “companhia que defina uma geração”, não podem ser alcançadas com os funcionários trabalhando de casa. Pei deixou claro que quem não se adaptar a esse novo modelo terá que sair da empresa.
Fim do Home Office
A tendência de reverter o trabalho remoto adotado durante a pandemia está acontecendo em diversas empresas de tecnologia. Algumas, como a Zoom, voltaram a exigir presença física dos funcionários, mesmo que de forma híbrida. Outros, como a Dell, enfrentam resistência dos colaboradores, que preferem continuar no home office.
Mas há exceções, como a Nvidia, que mantém uma política flexível. Para Beau Davidson, vice-presidente de experiência dos funcionários da Nvidia, o esquema híbrido é uma maneira de os trabalhadores encontrarem um equilíbrio entre obrigações pessoais e profissionais.
Geração Z e Trabalho Presencial
A decisão da Nothing vai na contramão da preferência da geração Z, que valoriza muito o trabalho remoto e a flexibilidade. Muitos profissionais dessa geração afirmam que não trocariam o home office por trabalho presencial nem mesmo ganhando muito mais.
Isso mostra que a empresa pode enfrentar dificuldades para atrair e reter talentos, principalmente em um cenário de mercado aquecido e com alta demanda por profissionais de tecnologia.
Conclusão
A decisão da Nothing de obrigar o retorno ao escritório é uma aposta arriscada. Ao ignorar as preferências da geração Z, a startup pode perder funcionários valiosos e ficar para trás em um mercado altamente competitivo. Será preciso ver se essa estratégia de “definir uma geração” realmente dará certo.
Principais Destaques:
– A startup britânica Nothing decidiu que seus 450 funcionários devem deixar o home office e trabalhar presencialmente cinco dias por semana, em busca de “definir uma geração”.
– O CEO da empresa, Carl Pei, acredita que o trabalho remoto não combina com as ambições da Nothing e que a criatividade e inovação funcionam melhor no modelo presencial.
– A tendência de reverter o trabalho remoto adotado durante a pandemia está acontecendo em diversas empresas de tecnologia, mas há exceções como a Nvidia, que mantém uma política flexível.
– A decisão da Nothing vai na contramão da preferência da geração Z, que valoriza muito o trabalho remoto, podendo dificultar a atração e retenção de talentos.