Recentemente, alguns perfis de direita nas redes sociais tentaram desferir um ataque contra o filme “Ainda Estou Aqui”. A produção brasileira, que retrata o sombrio período da ditadura militar, foi alvo de uma campanha de boicote que, ao que parece, acabou se transformando em uma oportunidade de ouro para o longa-metragem. Em vez de diminuir seu público, o filme conquistou o topo das bilheteiras, arrecadando mais de R$ 8 milhões entre quinta e domingo, mostrando que a verdade e a arte muitas vezes conseguem se sobressair até nas situações mais difíceis.
O boicote que não funcionou
Os boicotes nas redes sociais têm ganhado força atualmente, principalmente na plataforma X, antiga Twitter. Um dos perfis que se destacou foi o Primeiro Front, que, em uma tentativa de conectar os pontos entre preconcepções e a produção, publicou uma série de postagens questionando a integridade da atriz Fernanda Torres e sua relação com o público. Contudo, esse movimento serviu apenas para chamar a atenção do público, contribuindo para um aumento na audiência do filme. Em contraste com as afirmações dos boicotadores, “Ainda Estou Aqui” mostrou uma abertura triunfante no cinema, com impressionantes 358 mil espectadores em seu primeiro fim de semana.
Uma narrativa impactante
O longa, que narra a história real de Eunice Paiva, esposa do deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura, carrega em seu enredo o peso da desinformação e da busca por justiça. Essa história é um lembrete poderoso do que muitos brasileiros enfrentaram e ainda enfrentam ao lidar com os traumas deixados por épocas sombrias. O filme é dirigido por Walter Salles, reconhecido também por seu trabalho no aclamado “Central do Brasil”, e já foi premiado como Melhor Roteiro no Festival de Cannes. Além disso, há grandes expectativas de que “Ainda Estou Aqui” esteja na corrida para o Oscar como Melhor Filme Internacional e outras categorias.
A era das fake news
O filme também levanta questões sobre a desinformação, um tema muito pertinente na sociedade contemporânea. Um dos perfis que tentaram prejudicar a obra, Franz Reis Novak, espalhou informações falsas sobre o seu desempenho no cinema, alegando que o filme estava fracassando. Esses trechos de desinformação, ao invés de causarem dano, acabaram gerando um movimento contrário, onde mais pessoas se sentiram compelidas a assistir a produção. O resultado é claro: enquanto os tentativas de boicote surgem nas redes sociais, o público resiste, buscando a verdade e histórias que refletem seu próprio passado.
A recepção do público
Os números falam por si. A bilheteira impressionante de “Ainda Estou Aqui” não apenas indica uma apreciação pela obra, mas também uma revelação do desejo do público por narrativas que abordam questões relevantes, como a luta contra a opressão. O filme ressoa na sociedade atual, onde muitos ainda lidam com as cicatrizes da história. A crítica e o público têm sido majoritariamente favoráveis, sinalizando que, em tempos de polarização, é a arte que verdadeiramente une as pessoas.
Uma nova esperança para o cinema nacional
O cinema brasileiro sofre, mas obras como “Ainda Estou Aqui” trazem um sopro de esperança. Eles mostram que, apesar das tentativas de silenciar vozes, as histórias poderosas sempre encontrarão um caminho para serem contadas. O filme não apenas entretém, mas também educa e provoca reflexões sobre a condição humana, a justiça e a luta constante contra a ignorância.
Conclusão
No final das contas, o que se observa é que as tentativas de boicote contra “Ainda Estou Aqui” falharam. A força da verdade, contada através do cinema, revelou-se mais forte do que qualquer estratégia destinada a calar vozes. “Ainda Estou Aqui” não é apenas um filme, mas um manifesto artístico de resistência. Seja pelo impacto histórico que retrata ou pela maneira como reuniu o público em torno de uma causa comum, ele nos lembra que, no coração da arte, a luta pela verdade e pela justiça sempre vai prevalecer.